quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

O principal porquê da República Paulista.


PROF. JÚLIO BUENO

Não só a política tributária que rouba sistematicamente São Paulo (e alguns outros estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste), não devolvendo para o pagador de impostos paulista nem 1/10 do que pagamos para Brasília.

Nem só a política por si só, onde todo o poder está concentrado em Brasília, nas mãos do Governo Federal, longe do povo, longe das pressões populares, longe da voz rouca das ruas, como já foi escrito noutra parte.

Mas, ao nosso ver, a história e a cultura são os aspectos preponderantes para defender a instauração de uma República Paulista Independente.

São Paulo constitui um povo com tradições próprias, evidentemente, tradições que guardam semelhanças com populações de outros estados, especialmente do Centro-Sul da América Portuguesa. Isso porque quem foi o responsável por criar e civilizar essas regiões foi o Bandeirante Paulista, durante o período colonial. O Bandeirante é a chave do entendimento da nossa história. E o Brasil e a esquerda querem apagar o Bandeirante da história, deixar essa figura apenas com um perfil negativo, como explorador dos povos originários, os índios (hoje é politicamente incorreto usar o termo índio), escravizador, destruidor de quilombos, portanto, colocam sobre a figura do Bandeirante a ideia de que ele é um personagem racista. Claramente, se trata de um anacronismo. Não se pode atribuir um conceito que só faz sentido a partir do século XIX à figuras do período colonial.




Isso é parte de um projeto bem delineado, iniciado durante o período do ditador positivista Getúlio Vargas, de destruir a história de São Paulo e criar uma história e cultura falsas, inorgânica, a chamada brasilidade. Se substituem os mitos fundadores paulistas por essa ideia fajuta de brasilidade. O fenômeno deixa de ser Paulista e passar a ser brasileiro. É um roubo, uma apropriação. Uma narrativa criada em laboratório (na época, no Rio de Janeiro) para esmagar a identidade orgânica de São Paulo.

Portanto, o nosso separatismo é primeiro para restaurar a verdade histórica e colocar São Paulo e sua história em primeiro lugar, no lugar correto, como era até a década de 1930, antes de ser insultada e falseada pela ditadura varguista e, depois, pela esquerda acadêmica que é abertamente antipaulista.

Somos um povo, temos nossa história, temos as nossas tradições. Elas são Paulistas e não brasileiras. Vamos resgatar aquilo que foi roubado de nós.

*O autor é membro fundador do MSPI.

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