sexta-feira, 29 de outubro de 2021

A elite branca paulista contra os nordestinos: apenas uma arma política

CARLOS ALBERTO RODRIGUES JUNIOR

Esta simples fotografia levanta muitas questões. A primeira é justamente sobre o padrão cultural que vem sendo imposto ao povo paulista.

Este fenômeno não é recente. Desde os tempos da ditadura Vargas, existe um perverso processo de desconstrução da identidade paulista. Ao longo das últimas décadas, este procedimento de desestruturação de nossa cultura primordial sempre foi executado de forma discreta. No entanto, em tempos mais recentes, o povo paulista vem sendo atacado de forma muito mais direta e cada vez com maior frequência. Dias atrás, surgiu na mídia o grotesco termo "elite branca paulista" para justificar as vergonhosas vaias sofridas pela senhora Dilma Rousseff em um estádio de futebol.

Governos populistas e autoritários possuem o péssimo hábito de criar inimigos interessados em desestabilizar a ordem nacional e destruir uma nação inteira. E é exatamente isso que vem sendo aplicado aos brasileiros em relação aos paulistas. Em qualquer tópico de discussões sobre política ou economia, são cada vez mais comuns palavras de ódio contra o povo paulista.

Referente ao chapéu de cangaceiro usado sobre o palanque, devemos considerar que:

1) São Paulo possui uma enorme população nordestina. E esta população representa uma enorme fatia do eleitorado.

2) Apresentar-se como nordestino, além de garantir a simpatia da população oriunda desta região, reforça categoricamente a ideia de estar em oposição à tal "elite branca paulista", o inimigo criado pelo estado brasileiro centralizado.

3) O PT não medirá esforços para obter o governo de São Paulo, estado onde tradicionalmente este partido não se sai bem. E controlar São Paulo é o último passo para este partido encurtar o caminho para levar o Brasil a um regime totalitário.

A segunda questão é, sendo São Paulo um lugar cosmopolita,multicultural e diversificado, qual é o limite entre contribuição cultural e imposição cultural?

O grande número de nordestinos em São Paulo vem influenciando a sociedade paulista em vários aspectos. Isso é um fato, e é irreversível. Eu já disse em outra ocasião que como qualquer outro grupo de imigrante, os nordestinos possuem sim o direito de preservar suas raízes, seus costumes e tradições, desde que, logicamente, tenham em mente que devem respeitar as tradições e costumes paulistas.

Hoje, até mesmo por conta do processo de destruição da identidade cultural paulista, não é exigido que qualquer um que escolha viver em São Paulo passe a se portar como paulista. Exigir isso do migrante ou imigrante, de fato, é considerado racismo por parte dos paulistas.

Basicamente, os paulistas são sim obrigados a absorver o padrão cultural fabricado pelo poder centralizado brasileiro, mas esperar que um forasteiro absorva nossos padrões, é, de acordo com aqueles que hoje governam aquilo que conhecemos como Brasil, um ato condenável.




* O autor é militante separatista

Encontro separatista realizado em 2024

 A direção do MSPI realizou na capital bandeirante um breve encontro de apoiadores, no mês de março/2024, onde foi possível tratar de questõ...