Sabemos as condições que nossa terra tem passado durante muito e muito tempo. E diante disso, nós, paulistas, temos nos mobilizados em diversas ocasiões. Eis mais um momento histórico em que a população de São Paulo será mobilizada nessa verdadeira nova frente de batalha.
O trabalho do MSPI é um trabalho primordialmente educativo e cultural. Sem esses dois aspectos jamais se poderão concretizar os desejos mais amplos e fraternos que temos por nossa terra.
Fazer de São Paulo uma pátria livre é a missão que todos devemos ter sempre viva dentro de nossos corações, entretanto, não podemos nos pautar pela completa falta de senso, de realidade e de proporção, e nesse sentido retornamos à educação e à cultura.
Falar em independência hoje é falar de um sonho! Precisamos de meios reais de concretizar esse sonho. Quem o concretizará não será apenas, nós, dois ou três que hoje estamos aqui reunidos, mas será o povo de São Paulo.
Hoje, nossa população encontra-se em estado diverso, não está o cidadão preparado para a campanha, preparada para o debate, preparado para a batalha. E nossa tarefa é fazer manifestar novamente no povo Paulista o espírito combativo, que sempre lhe foi característico.
"Tão somente esforça-te e tem bom ânimo, que Eu te farei passar este Jordão", assim podemos ver o exemplo tirado da Palavra divina. Precisamos nos esforçar e sempre manter o bom ânimo, para fazermos o Paulista dormente despertar e mostrar-se novamente o Paulista militante.
Não adianta apenas falar em independência, autonomia, secessão. É preciso falar de valores e tradição.
Por isso, o MSPI traz bandeiras que não são necessariamente ligadas à questão do estado, políticas por natureza.
Projetos como os que temos e defendemos, tais como, a implantação da disciplina de história de São Paulo no ensino oficial do Estado de São Paulo; a instituição da melodia oficial do Hino dos Bandeirantes e a sua consequente adoção e prática nas escolas e praças esportivas; o retorno de uma simbologia Bandeirante no Governo Paulista; a republicação de obras clássicas da memória e da história de São Paulo; a defesa das instituições, que mesmo com suas falhas, são o resultado do bom andamento social do Estado Paulista, como a Polícia Militar, a Universidade de São Paulo, o IHGSP, Santa Casa de Misericórdia de SP, Arquidiocese de São Paulo - defender tais instituições não significa que elas nos apoiem, de modo algum, mas são fundamentais órgãos da vida social do povo paulista e merecem ser defendidas.
Evidentemente nós temos nossos problemas mais graves e que carecem de especial atenção, embora sejam temas extremamente complexos, como a migração. Esse é um problema que toda a parte do mundo que se desenvolve economicamente passa. É uma situação paradoxal que precisaremos enfrentar, e por enquanto apenas pontualmente o podemos enfrentá-lo, sempre no campo das ideias, mostrando aos paulistas por que é preciso se organizar e dar uma solução a esse problema. Trata-se de uma questão humanitária, tanto para nós, quanto para os próprios forasteiros que por problemas e causas diversas aqui se encontram.
Nesse sentido, mais uma vez, nas ideias, no discurso, precisamos mostrar às pessoas de outros estados que não apenas São Paulo é quem perde com a atual forma da federação, mas todos, exceção feita aos velhos coronéis do nordeste, que temem em perder as suas boquinhas, seus cargos, suas verbas vindas da calhorda redistribuição de valores que se faz em Brasília. As elites daquela parte do mundo não merecem receber sequer o nome de elites, pois não sabem ser o modelo do povo, não conseguem governar-se sem depender do dinheiro que Brasília nos rouba e dá a eles.
Falo muito das ideias, da palavra, do discurso, pois precisamos em nossa jornada, mostrar ao povo paulista que ele não é brasileiro. Isso passa por um processo de destruição de todo e qualquer sentimentalismo em relação ao Brasil. É preciso mostrar que não existe nacionalidade brasileira, e isso que dizem ser a tal brasilidade nada mais é do que uma ideia vendida pelo governo brasileiro, pela mídia e pelos intelectuais ao longo de décadas, para sufocar sistematicamente qualquer manifestação de patriotismo regional, o verdadeiro e único nacionalismo que se pode desenvolver na América Portuguesa.
Desmontar ideologicamente o Brasil é nossa missão. Nós acreditamos na liberdade, e nós acreditamos em um povo que não sabe manter-se escravo. Esse povo, o povo Paulista, certamente, pelo despertar das consciências se levantará, pois somos agentes de forças as quais a história impele, e as quais não se pode conter.
* É presidente do Movimento São Paulo Independente.
Publicado originalmente em 25/01/2014