sábado, 2 de outubro de 2021

Ser separatista não é delito

ISMAEL MUÑOZ GARCIA




Um dicionário comum diz o seguinte ou algo muito parecido sobre o termo separatista: "É aquele que deseja se separar de um estado, uma religião etc."."Tendência dos habitantes de um território se separarem de um estado do qual fazem parte". Em outras palavras, o separatismo é uma solução natural quando os territórios que compõe um estado não tem interesses comuns, mas pelo contrário, completamente opostos. De maneira que conseguem conviver de forma plenamente pacífica nem caminhar juntos pelo caminho que os conduza a felicidade respectivas.

No meu livro "Independência ou autonomia? A desjuntiva Santa Cruz" (Editorial El País, 2005), se encontra o artigo: Ser autonomista não é delito, publicado em 27 de fevereiro de 2001, en El Deber. Como escrevi ali e repito aqui, si um cidadão é separatista, nacionalista camba, independentista, anexionista, secessionista, internacionalista, apátrida, autonomista, federalista, isolacionista, monarquista, bolivianófilo ou qualquer outra tendência que possa ser defendida no campo das ideias,nada se pode alegar que este esteja cometendo um crime por apenas sustentar uma opinião. A democracia se fortalece justamente com as dissidências, com o confronto de ideias em que brilhe o desejo de procurar uma vida melhor ao seu povo.

Uma deturpação, o patriotismo se debilita quando uma etnia ou uma região submete-se à outras, como temos visto na Bolívia.

A ideia de que a Bolívia desaparecerá caso venha a se dividir é absolutamente absurda,pois isto não será realizado nem mesmo com uma dezena de bombas atômicas. O que se sucederia é que este país híbrido se transformaria em dois, ou quiçá mais países homogêneos. Os centralistas bolivianos não enganar o povo ignorante: os países não podem se destruir, somente se transformam.

Com certa frequência se ouvem vozes de "experts matrimoniais" tratando o "problema" do divórcio. Parem as máquinas!: o problema não é o matrimônio em si, mas é um problema quando nenhuma das duas partes está satisfeita, tornando-se o divórcio uma solução. Falando de Bolívia e de outros países híbridos e mal resolvidos, é necessário que se atue como a Checoslováquia, estado cujo habitantes deram um excelente exemplo de comportamento racional ao separarem-se civiliazdamente no dia 1º de janeiro de 1993, sem que se tenha produzido selvagens agressões verbais e escritas como as que todos os dias são publicadas nos meios de comunicação de massas (sobretudo a internet) contra Santa Cruz e sua posição autonomista. Sem matar, golpear, apedrejar nem prender ninguém, a República Checa e a República Eslovaca agora são dois países independentes e amigos como no futuro poderão ser as repúblicas da Bolívia e Cambalândia.

Por último, os "Criolos cruceños" (Cambas) sempre foram uma minoria nacional oprimida, embora seu território histórico seja mais ou menos do que é hoje 70% da superfície do atual estado Boliviano.

As vistas de todo o planeta o andinocentrismo ideológico, apoiado pelo aparato estatal,tem exercido um abusivo colonialismo interno e esta criando dia a dia um conflito racial onde nunca houvera antes.

Nestas condições e antes de que o sangue chegue ao rio, não seria melhor separarmos como amigos para que cada nação cuide de seus próprios recursos e solucione seus próprios problemas? Depois de tudo é melhor bom divórcio do que um mal casamento.

O autor trabalha no Movimento Nación Camba, que defende a secessão de Santa Cruz de La Sierra da Bolívia. Livre tradução.


Publicado originalmente em 13/01/2014

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