GUSTAVO URIBE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em uma República de São Paulo, haveria uma nova Constituição Federal. A presidente não seria Dilma Rousseff e o Real poderia ser substituído por outra moeda. A língua portuguesa, no entanto, deveria ser mantida como oficial.
"O Brasil iria provavelmente continuar a existir como país, mas São Paulo seria outra unidade soberana e independente", idealiza o presidente do Movimento São Paulo Independente, Júlio Cesar Bueno.
Em memória à Revolução Constitucionalista de 1932, que completa 83 anos nesta quinta-feira (9), o grupo promoveu caminhada na manhã desta quinta na capital paulista.
A homenagem foi idealizada ainda pelo Movimento República de São Paulo, que defende também a independência de São Paulo em relação ao governo federal.
"São Paulo arrecada muito dinheiro com impostos e tem pouco retorno atualmente. E, quando vem ajuda, ocorre como se fosse feita caridade ", critica Luciana Toledo, presidente do Movimento República de São Paulo.
Ao todo, participaram cinquenta pessoas da caminhada, que teve início no vão livre do Masp, na Avenida Paulista, e terminou no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, o Obelisco do Ibirapuera.
No trajeto, o grupo carregou bandeiras de São Paulo e puxou gritos em defesa dos bandeirantes paulistas e dos soldados e combatentes que participaram da revolta armada contra o ex-presidente Getúlio Vargas (1930-1945).
"A nossa luta é contra aquilo que o Brasil representa, que é o ódio e a inveja a São Paulo", disse Júlio Bueno.
Para ele, os governadores paulistas têm errado ao ver São Paulo como uma etapa para chegar ao governo federal, não como o "ápice de suas carreiras políticas".
"São Paulo é sempre prejudicado economicamente, culturalmente e socialmente. Então, não adianta a forma de governo do Brasil ou o partido que esteja no poder, porque todos são prejudiciais a São Paulo", criticou.
Na caminhada, foram colhidas assinaturas para uma petição em defesa de que o hino da Revolução Constitucionalista de 1932 vire o hino oficial de São Paulo.
ALCKMIN
Na hipótese da independência do Estado, o presidente do Movimento São Paulo Independente prega que seja convocada uma Assembleia Constituinte que defina, entre outras coisas, o modelo de governo de São Paulo.
Caso o presidencialismo prospere, ele não é contra que o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), dispute o cargo.
"Se ele quiser disputar uma eleição a presidente, ele pode ser eleito, não tem por que ele ser impedido de disputar uma eleição", afirmou.
A presidente do Movimento República de São Paulo tem opinião diferente.
"A gente não espera que o governador seja presidente. Obviamente, a gente não quer que o Geraldo Alckmin seja presidente de São Paulo", disse.
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