domingo, 19 de dezembro de 2021

Separatismo para leigos

19/02/2016

VINICIUS HENRIQUE SIMÕES

O que é o separatismo?

Separatismo, secessionismo ou independentismo, como alguns preferem, é a crença, fundada sob o direito reconhecido internacionalmente de auto determinação dos povos, de que um povo que não se reconhece enquanto participante de uma determinada estrutura nacional, tem total liberdade para formar uma nação independente.

Em que consiste o separatismo ?

O século XIX foi o período de formação dos estados nacionais. A Itália, por exemplo, não existia. Depois de um processo muito longo de unificação ela veio a se tornar o que é hoje (antes eram vários reinos). Podemos nos perguntar como fazer para que pessoas que se identificavam com um país, as vezes de língua diferente, assumam agora outra nacionalidade ? É nesse momento que entra todo processo de convencimento e formação da identidade nacional que foi feito, por exemplo, no Brasil, ou seja, os países que temos hoje no mundo não existem por uma questão dogmática, mas por um processo histórico vão se mudando as configurações das nações e temos a liberdade de questionar isso.

Quais os requisitos para podermos dizer que um grupo pessoas de um território formam um país ?

O historiador Alfredo Ellis Junior cita alguns: identidade de raça, língua, religião, tradição histórica, costumes, mentalidades, sentimentos e ideais, ambiente físico e social, identidade de interesses econômicos.

Vamos nos apegar ao último quesito: “ identidade de interesses econômicos”. Sabemos que São Paulo em 2015 mandou para o governo federal quase 500 bilhões de Reais, e obteve um pífio retorno de 35 bilhões. No nordeste inteiro 7 milhões de famílias recebem Bolsa Família e sabemos que dentro do território que chamamos de Brasil, temos ai duas culturas, uma do trabalho, do empreendedorismo e outra da malandragem, do ganhar sem esforço. Está mostrado claramente a contradição entre os interesses Paulistas e brasileiros, dando um pequeno exemplo de como é insustentável nossa situação, entre outras coisas que abordaremos a seguir.

No caso especifico de São Paulo, quais os critérios que o configuram um país independente ?

Simples, se formos pegar aqueles apontados por Alfredo Ellis Junior, encontramos disparidades em todos, mesmo por exemplo na língua. São Paulo, poucos sabem, já teve uma língua própria, Nheengatu, mas que foi proibida por Portugal. Em questões éticas e culturais, somos moldados pelo espirito empreendedor do bandeirante e cultural do estudo Jesuíta. Temos sim um folclore muito rico, com danças, músicas e culinária, já que os detratores do separatismo nos acusam de não termos esse lado cultural, como se isso fosse um impedimento para sermos uma nação independente. Identidade de raça, espiritualmente somos chamados de “raça de gigantes”. Geneticamente somos fruto do encontro entre o bandeirante e o Índio e, posteriormente, da chegada de imigrantes Europeus, diferente do Brasil, cuja formação se passa na senzala, em uma relação de violência entre o dono da fazendo e as escravas.

Esses são os pontos iniciais para debater o separatismo, assim que se vai entrando mais dúvidas vão aparecendo. Concorde, discorde, mas não fique parado. Leia, procure entender, para os que são simpatizantes. Levante-se , participe, seja um militante da causa.

Pro São Paulo Fiant Eximia

​*O autor é professor de história e membro do MSPI

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